domingo, 29 de maio de 2011

Meu mundo

É impressionante como a vida surpreende a gente, quando somos crianças qualquer coisa pode fazer da nossa vida o paraíso e qualquer coisa pode fazer dela o inferno, é tudo tudo ou nada; nosso mundo é pequeno, nossa visão menor ainda, então crescemos um pouco e percebemos que o sentimento e a atitude não estão ligados à nossa idade mas sim à nossa cabeça e nossas experiências.
Me lembro, e não faz muito tempo que uma flor me fazia sorrir, um olhar era capaz de me fazer chorar, um sorriso ganharia meu mundo , um abraço ganharia minha lealdade e um beijo meu amor.
Hoje uma flor ainda me faz sorrir, um olhar me faz pensar, um sorriso ganha apenas um sorriso de volta, nem sendo este sempre sincero, um abraço me traz conforto e um beijo me traz desejo.
As coisas não perderam sua beleza , mas o mundo é mais claro agora, sinto sem vergonha de sentir porque os sentimentos já não são o que regem a minha vida, o calor não me chama,  me afugenta; um carinho não me arrepia mais, me assusta. Estou num controle inimaginável  da minha vida e penso que a qualquer momento isso pode se esvair...
Se acontecer? Aaah, então voltarei a chorar, a amar , a cantar , me entregar...
E se eu me machucar? Eu me fortaleço mais uma vez, porque a vida é isso, é surpreendente, é uma eterna mudança e um eterno desafio, é arriscar-se e ao mesmo tempo controlar-se. O meu mundo está em minhas mãos e pelo menos por hje eu sei exatamente o que fazer dele.

domingo, 22 de maio de 2011

Só sei que é assim

A cada dia que passa
aumenta meu amor por você
estou ao seu lado 
e nem sei o porquê


Nosso contato é explêndido
nosso amor é sem fim
chega a queimar dentro de mim


Pensando em você sinto um arrepio
minha perna treme
meu corpo reage ao frio


Teus olhos me acariciam
tua boca me sossega
não sei o motivo de todo esse amor
não quero deixar nunca de sentir esse ardor


Preciso de ti
como sei que precisas de mim
me explica porque
pois eu, só sei que é assim...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Mudar

Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente.
A gente muda o mundo na mudança da mente.
E quando a mente muda a gente anda pra frente.
E quando a gente manda ningué
m manda na gente. 
Na mudança de Atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura.
Na mudança de postura a gente fica mais seguro,
na mudança do presente a gente molda o futuro! 

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Frio sem razão

Noite fria, gélida solidão
Me escondo nas cobertas
Perco-me em pensamentos sem razão
Tenho tentado mas você não vem me despertar
Chego a pensar que nunca vai me encontrar
Fecho os olhos e vejo
Vejo você aqui
Meu peito junto ao seu
Respirando o mesmo ar
Não me importando em te amar
Porque não deita comigo?
Não quero desistir
Estou cansada de tentar
Quero te ter aqui
Vem
Que com você aqui já nem sei se meus pés estão no chão
Já nem sei viver sem emoção.

Nascer de novo

Toda célula do corpo humano se regenera. Em média, a cada 7 anos. Como cobras, da nossa maneira, nós mudamos de pele. Biologicamente, somos novas pessoas. Quando dizemos coisas como "as pessoas não mudam", deixamos os cientistas loucos. Porque a mudança é literalmente a única constante da ciência. Energia... Matéria... Estão sempre mudando. Transformando-se... Fundindo-se... Crescendo... morrendo. O modo como as pessoas tentam não mudar que não é natural. Como queremos que as coisas voltem, em vez de as aceitarmos. Como nos prendemos a velhas memórias, em vez de criarmos novas. O modo como insistimos em acreditar, apesar de todas as provas contrárias, de que algo nessa vida é permanente. A mudança é constante. Como experimentamos mudança... depende de nós. Pode parecer a morte, ou uma segunda chance. Se relaxarmos os dedos... nos desapegarmos... irmos em frente... pode ser adrenalina pura. Como se a qualquer momento tivéssemos uma nova chance. Como se a cada momento... pudéssemos nascer de novo. 

domingo, 8 de maio de 2011

Balões e amores

Eu adorava balões de gás quando era criança. Lembrando disso, aparentemente por acaso, tantos balões depois, recordo com um sentimento muito nítido o prazer macio que experimentava cada vez que ganhava um. Ficava toda prosa. Virava um pé de riso. Andava de um canto para o outro com a pontinha do dedo amarrada ao pedaço de linha que permitia que o levasse comigo e impedia que se afastasse de mim. Aquele fio era a ponte que possibilitava o nosso encontro. O recurso que me garantia que, enquanto eu o mantivesse próximo, o balão permaneceria no mesmo metro quadrado onde o meu encanto existia.

A verdade é que, apesar de tanto zelo e de geralmente, por medida de segurança, chegar a asfixiar a ponta do dedo com tantas voltas de linha, poucos foram aqueles que cumpriram o destino previsto para os balões: estourar de repente ou esvaziar devagarinho até se transformar num pedaço de borracha triste, que em nada se assemelha ao formato anterior. Na maioria das vezes, a linha se soltava da minha mão por algum descuido e eu assistia o balão voar para longe, cada vez mais longe, cada vez mais longe, cada vez mais longe ainda do meu alcance.
Eu ficava lá, coração marejado, pé de riso sem flor, acompanhando aquele voo permeado de susto e de vento. Olhar estático, vida suspensa, experimentava a impotência de flagrar o afastamento do objeto amado sem poder fazer absolutamente nada que pudesse, naquele trecho dos ponteiros, alterar o itinerário que a surpresa desenhara. Os adultos me confortavam. Prometiam outros balões, que eu sabia que viriam. Costumavam vir. Mas aquele, aquele lá, que já voava distante, pequenino ponto já sem cor definida no céu, aquele não voltaria mais. Era por aquele que a tristeza virava chuva em meu rosto. Por aquele, cujo fio da linha não consegui manter comigo. Por aquele que despertara os risos que ainda ecoavam em mim.

Depois que virei gente grande, descobri, com lucidez embaraçosa, que alguns amores se afastam do nosso alcance igualzinho ao que acontecia com aqueles balões que vi se distanciarem cada vez mais, cada vez mais, cada vez mais. No início, a gente caminha todo prosa, um pé de vida florido, pontinha do sonho amarrada ao pedaço de linha que se chama esperança. Planos de jardim com girassóis, filho contente, cachorro, horta, rede na varanda, e aquela mão segurando a nossa, estrada afora. De repente, começa a ventar o vento que tira os sonhos do lugar, que faz o fio da linha se desprender do dedo, que recolhe a ponte e deixa o abismo. Um vento soprado pela desatenção, o descuido letal para os balões e os amores.

Há um momento sem sol em que a gente percebe que o amor anoiteceu. O coração enxovalhado, ferido, está exaurido pela aflição de tanto esticar-se para tentar alcançar o fio da linha que se soltou e amarrá-lo de novo na pontinha dos sonhos. No fundo, ele sabe que não o alcançará: voa longe demais da possibilidade de alcance. Se ainda insiste, buscando impulso para pulos cansados, é porque aquele amor, exatamente aquele, ainda é tudo o que ele mais deseja. Porque não sabe onde colocará as mãos, o encanto, o olhar, depois daquele instante. Porque não lhe importa que outro amor venha ao seu encontro. É aquele, aquele lá, que ainda o descompassa.

Vida marejada, nó apertado na garganta das coisas, chega finalmente o momento em que desejamos apenas o sossego que costuma vir com a aceitação. Coragem, às vezes, é desapego. É parar de se esticar, em vão, para trazer a linha de volta. É permitir que voe sem que nos leve junto. É aceitar que a esperança há muito se desprendeu do sonho. É aceitar doer inteiro até florir de novo. É abençoar o amor, aquele lá, que a gente não alcança mais.